O ESPÍRITA E SUA MISSÃO
Quando estamos prestes a voltar ao mundo carnal, nosso compromisso
reencarnatório é traçado minuciosamente, para que possamos reparar os erros
próprios e os cometidos contra outras pessoas no passado.
Vir com a
incumbência de ser espírita ou de se tornar espírita durante nossa estada no
Mundo Material é uma benção. Pois teremos condições de estudar o espiritismo e,
principalmente, colocá-la em prática. Sendo assim, vários companheiros que estão
no Mundo Espiritual prestes a reencarnar têm seu destino acoplado ao nosso.
Neste
mister, temos uma equipe espiritual preparada para nos oferecer o auxílio
necessário, a fim de que suportemos os percalços que a vida terrestre nos coloca
pela frente, não permitindo que caiamos nos momentos difíceis ou nos
desvirtuemos do caminho traçado nas situações alegres.
Muitos de nós já
nascemos em berço espírita, enquanto outros chegarão ao Espiritismo por meio da
dor ou espontaneamente, a convite de algum conhecido, identificando-se com os
ensinamentos cristãos deixados por Jesus.
No
entanto, todos terão tarefas de grande relevância, podendo socorrer muitos
necessitados tanto no Mundo Material quanto no Espiritual.
▬ Trabalhar
com:
Passes,
Intuição,
Vidência,
Audiência,
Psicofonia,
Psicografia,
Esclarecimento nos trabalhos de desobsessão.
São apenas algumas das
várias atividades mediúnicas que a espiritualidade superior nos oferece para
auxiliar o próximo e, conseqüentemente, a nós mesmos.
Dessa
forma, estaremos estudando e evoluindo mental e moralmente, fazendo uma reforma
íntima de suma importância para nós e para aqueles que estão conosco.
Com todo esse suporte espiritual preparado, passamos a ser acompanhados
por nossos amigos e mentores nesta missão.
Porém, a
vigilância deve ser total, pois Espíritos perturbados, às vezes, desafetos de
outras vidas que não desejarão nos dar trégua nos momentos que virão.
▬
E farão convites para que nos entreguemos à queda:
Mágoa,
Rancor,
E Vingança.
Quando instalados na mente do ser para que desempenhe
determinados papéis maléficos, são perigosos para qualquer pessoa que tenha
baixa sintonia vibratória.
Tanto o
espírita como o indivíduo exerce função religiosa de qualquer crença estão
sujeitos à obsessão da mesma forma que qualquer outra pessoa, devido aos seus
pensamentos. Assim, não podemos dar brechas para as trevas, pois esse é o
momento que os obsessores esperam para começar sua ação sobre seus antigos
algozes ou desafetos.
É muito comum o individuo, após entrar para o
Espiritismo e ver seu trabalho fluir, pensar que tudo é feito apenas por ele e
que é o maior e melhor médium que existe naquela função. Acaba deixando a
vaidade tomar conta de seu ser, entregando-se aos elogios e ao ego, além das
paixões terrenas, materiais ou carnais.
No livro
Tormentos da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo
Franco, traz informações edificantes para nós, espíritas, sobre a importância de
um bom desempenho de nossas funções determinadas ainda no Mundo Espiritual, uma
vez que muitos estão desencarnando em situações deploráveis, recebendo socorro
em sanatórios em virtude das péssimas condições morais e psíquicas em que se
encontram.
“As tendências inatas, que são reflexos dos compromissos
vividos, impelem-nos para as condutas que lhes parecem mais agradáveis e que não
lhes exigem esforços para superar.
As
conexões psíquicas, por afinidade, facilitam o intercâmbio com os desafetos da
retaguarda, e sem o necessário empenho que, às vezes, impõe sacrifício e
renúncia, faz com que tombemos nas urdiduras bem estabelecidas para vencê-los,
derrotá-los no empreendimento que deveria ser libertador”.
Sabemos das
dificuldades a vencer e as renúncias a fazer, mas quando nos prontificamos a
realizar esse trabalho com amor e carinho, com certeza, teremos o auxílio da
espiritualidade amiga.
Da mesma
forma, quando executamos essa tarefa como uma obrigação, não por satisfação,
deixamos-nos tomar pelas queixas costumeiras, atraindo Espíritos com a mesma
sintonia vibratória, que terão o imenso prazer em nos desviar do caminho
traçado.
Assim, devemos ter a consciência de que somos instrumentos do
trabalho executado pela espiritualidade, o que não diminui nossa tarefa em
nenhum momento, já que, com isso, estaremos auxiliando vários encarnados e
desencarnados, construindo nossas obras, como Jesus ensinou.
“Eis por
que o Espiritismo, representando o retorno de Jesus à Terra através de O
Consolador, desempenha a missão sublime de despertar as consciências
adormecidas, facultando o intercâmbio direto com o mundo de origem, onde se
haurem as energias indispensáveis ao cumprimento da tarefa e se dispõem das
lembranças para o prosseguimento dos compromissos.
É também durante a
vilegiatura carnal que têm curso os combates iluminativos, quando se devem
reunir e confraternizar os antigos adversários, a princípio sob o sufrágio da
dor, porquanto defraudaram as leis, sem que delas se possam evadir, para depois
se renderem ao amor, a fraternidade”, esclarece Manoel Philomeno de Miranda em
Tormentos da Obsessão.
A
espiritualidade superior nos auxilia mesmo quando nos desvirtuamos do caminho,
porém, temos o livre-arbítrio para decidirmos que rumo tomar. A perseverança e a
fé devem permanecer em nossos corações, principalmente nas horas difíceis, pois
não podemos tombar ante os primeiros obstáculos que aparecem pelo caminho.
Além disso, seria lamentável chegarmos ao Mundo Espiritual e vermos que
havia tanta coisa a fazer, com amigos espirituais nos apoiando, mas deixamos que
a vaidade e as paixões mundanas tomassem nosso ser, fazendo-nos trilhar um
caminho contrário ao que nos propomos antes de reencarnar.
Também
seria bastante triste saber que muitos dependiam de nós para sua evolução e
falhamos com eles, bem como ter consciência de que chegamos tão perto e pusemos
tudo a perder por interesses pessoais.
Só o fato de sermos espíritas,
trabalharmos na seara do bem em favor dos nossos semelhantes, de estudar a
doutrina espírita e de termos conhecimentos importantes sobre assuntos que
muitas crenças ainda não compreenderam ou não querem entender faz que sejamos
pessoas privilegiadas.
Ao mesmo
tempo, porém, a responsabilidade de não errar aumenta, devido aos ensinamentos
de que dispomos. Como estamos em um processo de evolução, o erro é comum,
entretanto, não podemos permitir que ele se transforme em um hábito.
Assim, devemos sempre pedir a Deus, nosso Pai, que nos ilumine, a fim
de que possamos desempenhar satisfatoriamente nosso trabalho, sem ostentação,
tendo em mente o que disse Jesus:
▬ “Todo aquele que se rebaixa será
elevado e todo aquele que se eleva será rebaixado”.
Marco Tulio
Michalick
Texto original publicado na Revista Cristã de Espiritismo.
Enviado por nossa irmã Eliane Rossi
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