4 de abril de 2011

CHICO XAVIER - UMA VIDA DEDICADA AO AMOR!

chico X
Se estivesse encarnado, Chico Xavier estaria completando hoje 101 anos. Nascido no dia 02 de Abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais,Francisco Cândido Xavier foi um brasileiro que viveu com simplicidade, dedicando-se à divulgação da Doutrina Espírita através da prática da mediunidade, da caridade e sempre com humildade, sem jamais ganhar financeiramente por isso. Desencarnou no dia 30 de Junho de 2002, aos 92 anos, após anos de exercício mediúnico e prática da caridade. Considerado o maior médium psicógrafo do mundo em todos os tempos, com mais de 400 obras psicografadas, sendo que muitas delas traduzidas e publicadas em diversos idiomas.


Alex Alprim e Gilberto Schoereder
Poucas figuras na história recente do Brasil conseguiram despertar tanta atenção e tanto amor quanto Chico Xavier. Sua passagem para o mundo espiritual marcou o final de uma era marcada por mensagens de solidariedade, compreensão e de amor incondicional ao próximo.

Várias histórias a respeito de Chico Xavier diziam que ele havia afirmado que deixaria a existência terrena num dia em que todo o povo brasileiro estivesse vivendo uma imensa alegria. E foi exatamente isso que ocorreu. Chico Xavier retornou ao mundo espiritual no dia 30 de junho de 2002, o mesmo domingo em que a seleção brasileira de futebol conquistava o pentacampeonato e enlouquecia o país.
Seu filho adotivo, Eurípedes Humberto Higino dos Reis, encontrou seu corpo por volta das 19h30, em seu quarto. O médico confirmou o passamento devido a uma parada cardíaca. Aos 92 anos, Chico retornava aos planos superiores da existência, deixando muitas lembranças e lições de vida. O que se viu nos dias seguintes foi uma procissão de milhares de pessoas que se dirigiram a Minas Gerais para dar o último adeus àquele que foi uma fonte de inspiração, de amor e de desprendimento pelas coisas materiais da vida como poucas vezes se viu no Brasil.
Num mundo em que tantos vivem se perguntando como é possível agir para melhorar as condições de vida e os relacionamentos entre as pessoas, a passagem de Chico Xavier foi como um farol, indicando possíveis caminhos, possíveis atitudes, ainda que nem todos tenham a força de espírito necessária para chegar tão longe, para se empenhar tão a fundo e com tanto amor pelo próximo. Chico continuava a cumprir a missão que lhe foi confiada, apesar da saúde extremamente debilitada e da idade avançada, sem se preocupar com recompensas ou com o estrelato, algo que, infelizmente, parece orientar tantos caminhos nos dias de hoje.
No entanto, seus esforços certamente renderam frutos, e uma das provas disso é o amor que lhe é dedicado por milhões de pessoas, independentemente da condição social: ricos e poderosos procuraram alívio em Chico Xavier, tanto quanto pobres e humildes. As mensagens transmitidas por ele ofereciam uma visão mais ampla e profunda da vida, de modo que as pessoas podiam ter a percepção bem clara de que tudo em nossa existência poderia fluir de forma mais harmônica se o ódio fosse superado, e se cada um conseguisse entender que a passagem pela Terra é apenas uma pequena parte de um todo maior, mais amplo e mais significativo.
Vida de Amor
O trabalho que Chico Xavier desenvolveu em sua estada no mundo material ultrapassa quaisquer dimensões, pois sua força estava calcada em uma profunda humildade e compreensão das energias superiores dos homens e do mundo espiritual, e como elas podem modificar nosso ambiente e nosso interior, desde que as pessoas permitam essa modificação.
O seu trabalho como médium psicográfico foi marcante, e pode ser visto como uma obra que se estende além das fronteiras do Espiritismo, atingindo todos aqueles que estudam e trabalham com a espiritualidade, indo além dos dogmas e das ideologias.
Nascido em 1910, desde cedo, esteve envolvido em eventos que prenunciavam o seu futuro, como o que ocorreu quando ainda era criança. Ao voltar de uma missa com a família, ouviu o pai comentar sobre um aborto que teria ocorrido na região. Ele, então, pôs-se a descrever em detalhes o ocorrido, assombrando as pessoas à sua volta, pois o que ele dizia estava muito além do que se esperaria de uma criança naquela idade.
Após a morte de sua mãe, ele ficou aos cuidados de uma amiga dela, d. Ritinha, a qual tinha, segundo consta, um gênio irascível. Já são conhecidas as histórias das surras que ela deu no menino Chico, que, numa demonstração de bondade, sempre dizia que ela era uma senhora boa, mas que tinha uma “necessidade” de surrá-lo.
Nessa época, ele teve o primeiro contato com a mãe, enquanto orava no quintal da casa de d. Ritinha. Isso o abalou, e ele sentiu falta da paz que tinha ao seu lado. Suplicou-lhe que o levasse junto, ao que ela consolou-o, dizendo que agüentasse os maus-tratos. Nem é preciso dizer que, ao relatar o ocorrido, tomou outra sova.
No dia seguinte, sua mãe retornou e disse que d. Ritinha era sua instrutora, de modo que ele deveria amá-la: ela o tornaria forte para as batalhas que enfrentaria. Chico Xavier chegou a dizer que, no começo, temia a madrinha em vez de estima-la, mas depois compreendeu o papel que d. Ritinha tinha em sua vida e passou a compreendê-la e não a odiá-la.
Na infância, devido aos seus contatos com o mundo espiritual e, em especial, com sua mãe, Chico Xavier foi tachado de possuído e sofreu muito por isso, tendo passado por várias provações. Não eram apenas os maus-tratos infligidos por d. Ritinha, mas também o vigário da cidade, que dizia ser ele possuído por uma “força” estranha. E, apesar de tudo, ele mantinha uma intensa calma e benevolência com as pessoas, mesmo quando elas o tornavam motivo de chacota.
Contudo, a vida de Chico Xavier teve uma reviravolta positiva quando seu pai casou-se pela segunda vez, com aquela que seria, segundo descrições, o anjo bom na vida de Chico, d. Cidália Batista. Foi ela quem insistiu para que o pai voltasse a reunir todos os filhos na mesma casa, a fim de cuidar deles. Ela tratou de todos como se fossem seus juntamente com outros seis filhos que teve desse casamento.
Sua vida escolar, que foi reiniciada quando retornou à convivência familiar, foi recheada de acontecimentos que tinham como foco os espíritos que apareciam só a ele. Isso chegou a causar-lhe certo embaraço, pois eram-lhe transmitidos textos e idéias que estavam além do que um menino de doze anos poderia entender e colocar no papel, gerando um clima de desconfiança ao seu redor.
Sua espiritualidade foi se desenvolvendo acentuadamente e, em inúmeras ocasiões, ele relatava fatos e acontecimentos referentes a pessoas que já haviam desencarnado, capacidade que lhe criou uma série de problemas. Posteriormente, recebeu o conselho de sua finada mãe para que evitasse os conflitos para não ganhar a antipatia das pessoas. Todavia, em 1927, sua vida passaria por um novo e importante momento de transformação devido ao contato de Chico com o Espiritismo.
A Doutrina Espírita
A mãe de Chico, que não aparecia para ele desde 1920, voltou a fazê-lo, mais ou mesmo na mesma época de outros dois acontecimentos importantes: sua madrasta desencarnou, e a irmã de Chico, Tiquinha, começou a sofrer uma série de perturbações que se acreditava ser fruto de um obsessor. Um casal, amigo do pai de Chico, ajudou Tiquinha, e foi nessa ocasião que o médium teve contato com mensagens mediúnicas transmitidas por sua mãe através da senhora que estava ajudando sua irmã.
Com a cura da irmã, Chico e sua família começaram a difundir os conhecimentos da doutrina e do evangelho espírita, especialmente com a fundação do Centro Espírita Luiz Gonzaga. Foi nesse período que Chico Xavier começou a demonstrar plenamente seus dons mediúnicos com a psicografia.
O primeiro livro de Chico Xavier, Parnaso de Além-Túmulo, foi lançado pela Federação Espírita Brasileira em 1932. Foi o início de uma produção literária das mais impressionantes, atingindo a marca de mais de 400 livros psicografados. As mensagens não são pessoais, de espíritos que as pessoas desejem contatar, mas sim, relativas a ensinamentos relacionados à doutrina espírita e, mais amplamente, dizem respeito ao papel do ser humano na Terra e no universo.
Ao longo de sua vida, por inúmeras vezes, Chico foi acusado de fraude ou viu seu nome envolvido em polêmicas que ele, placidamente, como sempre, ignorava, deixando que o tempo cuidasse dos boatos e maledicências. Em 1953, seu sobrinho chegou a acusá-lo de ser uma farsa como médium, o que se provou ser apenas mais uma tentativa de desacreditar um trabalho inteiramente dedicado ao amor pelo próximo.
Chico Xavier seguiu nesse ritmo até 1975, quando pediu o afastamento de suas atividades na Comunhão Espírita Cristã devido a problemas de saúde, especialmente a hipertensão e os problemas visuais.
No entanto, mesmo após o seu afastamento, Chico não só continuou com os atendimentos como psicografou centenas de livros e milhares de manuscritos, revelando uma firmeza e coerência inesgotáveis, influenciando desde os mais humildes, que buscavam palavras de consolo, até os ricos e poderosos, que ficavam impressionados pela fibra e discernimento dessa figura que, sem dúvida, já entrou para a história do pensamento religioso no Brasil.

Chico Xavier - Biografia

Filho do operário João Cândido Xavier e da doméstica Maria João de Deus. Nasceu a 2 de abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo.
A desencarnação de dona Maria João de Deus, deu-se a 29 de setembro de 1915, quando o Chico tinha apenas 5 anos.
Dos nove filhos (Maria Cândida, Luzia, Carmosina, José, Maria de Lourdes, Chico, Raimundo, Maria da Conceição e Geralda), seis foram entregues a padrinhos e amigos.
Chico sofreu muito em companhia de sua madrinha, que era obsediada. Conta ele, que apanhava três vezes por dia, com vara de marmelo. O pai de Chico casou-se novamente; desta feita com Cidália Batista, de cujo casamento advieram mais seis filhos (André Luiz, Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João Cândido).*
Por essa ocasião, deu-se o seu retorno à companhia do pai, dos irmãos e de sua segunda mãe dona Cidália, que tratava a todos com muito carinho.
Sua escolaridade vai até o curso primário, como se dizia antigamente. Trabalhou a partir dos oito anos de idade, de 15h às 2h, numa fábrica de tecidos.
Católico até o ano de 1927, o Padre Sebastião Scarzelli era seu orientador religioso.
Com a obsessão de uma de suas irmãs, a família teve que recorrer ao casal de espíritas, Sr. José Hermínio Perácio e dona Carmem Pena Perácio, que após algumas reuniões e o esforço da família do Chico, viu-se curada. A partir daí, foi mantido o Culto do Evangelho no Lar, até que naquele ano de 1927, o Chico, respeitosamente, despediu-se do bondoso padre, que lhe desejou amparo e proteção no novo caminho. (...)
No ano de 1927, funda em Pedro Leopoldo, junto com outras pessoas, o Centro Espírita Luiz Gonzaga.
Em 08/08/44, Chico Xavier, através do advogado Dr. Miguel Timponi, em co-autoria com a FEB - Federação Espírita Brasileira, inicia contestação à ação declaratória movida pela Sra. Dª. Catharina Vergolino de Campos, viúva do famoso escritor desencarnado Humberto de Campos, sob a fundamentação de ser necessário concluir se efetivamente a obra psicografada pelo Chico, como sendo do notável escritor patrício, Humberto, após sua desencarnação. Ao final desse longo pleito, através de críticos literários, os mais consagrados, concluiu-se ser autêntica a obra em questão (ver o assunto completo no livro "A Psicografia ante os Tribunais, de autoria do advogado Dr. Miguel Timponi - Ed. FEB).
Dos quatro empregos que teve, por 32 anos trabalhou na Escola Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo e Uberaba, nesta última cidade, a partir de 1959, quando para lá se transferiu.
Chico sempre se sustentou com seu modesto salário, não onerando a ninguém. Aposentou-se como datilógrafo subordinado ao Ministério da Agricultura. Jamais se locupletou como médium. Ganhava, dos mais simples aos mais valorizados presentes (canetas, fazendas, carros), mas, de tudo se desfazia educadamente. Dos quatrocentos e doze livros psicografados, os quais pela lei dos homens lhe pertenciam os direitos autorais, de todos se desfez doando-os a federativas espíritas e a instituições assistenciais beneficentes, num verdadeiro exemplo vivo de cidadania e amor ao próximo.
* Ver a síntese genealógica do Chico, no livro "Chico Xavier, Mandato de Amor" . UEM, p. 284).
A Polivalência de sua Obra Literária
É bastante diversificada a obra literária do Chico, senão vejamos: o primeiro livro publicado foi "Parnaso de Além Túmulo", escrito por 56 poetas desencarnados, compreendendo brasileiros e portugueses. Foi recebido no período de 1931 a 1932. Na época, sua idade era de apenas 21 anos. Com esta obra, Chico começa por onde a imensa maioria dos medianeiros psicógrafos principia.
Detém em sua produção Prosa e Verso, que nós, na mera condição de leitor, classificamo-la como sendo:
Reveladora: Com a publicação da obra Nosso Lar, o espírito André Luiz inicia primorosa coleção em que se ressalta, dentre tantas informações, o caráter revelador da obra, onde se tem registrado o cotidiano, o dia a dia da vida extrafísica.
Identificadora: Assim chamamos a literatura poética, como no caso do "Parnaso". Se "estilo é maneira de exprimir os pensamentos, falando ou escrevendo" (Aurélio), no Parnaso figuram quase 6 dezenas de poetas da Língua Portuguesa, dentre os mais consagrados. Aí, a comparação entre o poeta, quando na vida física e quando retorna ao plano espiritual, torna-se inevitável.
Mensagem: Chamamos livros de mensagens, aqueles compostos por mensagens avulsas, de temas variados, de espíritos diversos. (Ex: Mãos Unidas, Respostas da Vida, etc).
Romanesca: Destacamos, neste gênero, os cinco romances de Emmanuel (mentor do médium): Há Dois Mil Anos (abrange o período histórico de 31 a 79 D.C), Cinqüenta Anos Depois (ano 131 - D.C), Ave Cristo (abrange o período 217 a 258 D.C), Paulo e Estevão (depois da morte de Jesus até aproximadamente anos 70 D.C) e Renúncia (cobrindo a segunda metade do século XVII, iniciado em 1662 - reinado de Luiz XIV de França). Há Dois Mil Anos foi escrito no curto espaço de 24/10/38 a 09/02/39, em intervalos das atividades profissionais do Chico.
Chamamos a atenção para a chamada Cronologia Romana reconhecida por experts como autêntica. A obra suscitou o aparecimento do livro Vocabulário Histórico-Geográfico, de Roberto Macedo, versando sobre o vocabulário existente nos cinco romances supra citados.
Histórico-Geográfico: A exemplo dos livros "A Caminho da Luz" e romances de Emmanuel (já citados), "Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" de Humberto de Campos.
Conto: merecem destaque Jesus no Lar, de Neio Lúcio, Almas em Desfile e A vida Escreve, de parceria com o médium Waldo Vieira, de autoria espiritual de Hilário Silva e Contos e Apólogos, Reportagens de Além Túmulo, Contos Desta e Doutra Vida, autoria espiritual de Humberto de Campos, além de outros.
Reportagem: Encontramos o trabalho de Humberto de Campos, que com vigor e talento, do plano da imortalidade envia-nos reportagens notáveis como a que realiza com o apóstolo Pedro, no livro Crônicas de Além-Túmulo, ou com Napoleão, no livro Cartas e Crônicas ou ainda quando entrevista a famosa atriz Marilyn Monroe, no livro Estante da Vida.

LITERATURA INFANTIL
Através de autores como Neio Lúcio, Casimiro Cunha e outros.
LITERATURA JOVEM
Livros de espíritos que ainda jovens retornaram ao plano espiritual, como a obra de Jair Presente, de Augusto César e outros, cuja característica principal são, as gírias praticadas pelos jovens, notadamente no período em que surgiram.
LITERATURA UNIVERSITÁRIA
De nosso conhecimento, coube à Professora Ângela Maria de Oliveira Lignani inserir a obra literária do Chico nos meandros universitários. A professora em questão logrou aprovação no Curso de Mestrado da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Teoria da Literatura. Dissertação com 200 páginas, cujo título é "Psicografia e inscrições discursivas: a escrita de Chico Xavier".
LITERATURA HUMORÍSTICA
Lulu Parola, Cornélio Pires e outros trazem aos leitores rica obra com esta característica.
LITERATURA CIENTÍFICA
Por se compor de Ciência, Filosofia e Religião, invariavelmente, qualquer obra dita espírita mostra esta tendência, mas, especificamente podemos citar as de André Luiz como "Evolução em Dois Mundos" e "Mecanismos da Mediunidade".
LITERATURA EVANGÉLICA
O Evangelho é tema de vasta obra psicografada pelo Chico, especialmente de Emmanuel: Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Vinha de Luz, Fonte Viva, Livro da Esperança, Palavras de Vida Eterna, Segue-me, Bênção de Paz.
Ressonância de sua Obra 
NO CINEMA
Da mensagem publicada no livro "Somos Seis" resultou o filme Edifício Joelma.
NO TEATRO
Várias compilações de obras diversas resultaram na peça teatral "Além da Vida", apresentada por atores e atrizes profissionais.
NA TELEVISÃO
Tanto na extinta Rede Tupi (associada) quanto na Rede Globo, adaptou-se como novela o livro "Nosso Lar", sob o título de "A grande viagem", com amplo sucesso.
NO RÁDIO
Apresentação do chamado rádio-teatro, como o romance "Há Dois mil Anos", teatralizado na Rádio Mundial.
Programas radiofônicos veiculando páginas espíritas.
Nos mais diversos ambientes, deparamos afixadas páginas psicografadas pelo Chico, porém, nem sempre de origem identificada.
NO JUDICIÁRIO
Conforme se vê no livro Lealdade, organizado pelo laborioso tarefeiro espírita, Hércio Marcos, do IDE - Instituto de Difusão Espírita - Araras/SP, relatando que, com base em mensagem psicografada pelo Chico, o MM. Juiz da causa absolveu o réu no douto judiciário do estado de Goiás.
NA MÚSICA
Já nos idos de 1970, o astro da canção brasileira, Roberto Carlos, revelava no Programa Flávio Cavalcanti, a influência das obras do Chico nas letras das músicas que compõe.
São inúmeras as letras psicografadas pelo Chico que foram e são musicadas, daí resultando belas canções, tais como: Alma Gêmea e Companheiro, letras de Emmanuel. A Prece, letra de João de Deus, Diretrizes adaptado do trecho de Bezerra de Menezes..
Fábio Júnior, Vanuza e Moacir Franco, sempre demonstraram grande carinho pelo Chico, inclusive, homenageando-o através de músicas de suas autorias.
Inúmeros LP\'s (hoje em desuso) e incontáveis CD\'s enriquecem a fonografia patrícia, oriunda da obra do Chico.
NA PINTURA
Através do chamado processo ideoplástico a exuberante mediunidade do Chico tem proporcionado o surgimento de quadros maravilhosos, como o do Senador romano Publius Lentulus e o retrato de Maria (vide Anuário Espírita 1986).
ABRANGENDO IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS
A monumental obra psicografada pelo Chico já teve livros traduzidos para o esperanto, o francês, o inglês, o espanhol, o japonês, o tcheco e o polonês.
NA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Pelo fato de o Chico, invariavelmente, registrar em cartório a doação dos direitos autorais a que teria direito em favor de instituições beneficentes, que pela lei do homem lhe caberia sobre 412 obras, tal procedimento possibilita grande fonte de recursos a essas instituições mesmo depois de sua morte. E já são mais de 30 milhões de exemplares editados.
CHICO SELA COMPROMISSO COM O ESPÍRITO EMMANUEL
A data do início do mandato mediúnico do Chico é considerada 8 de julho de 1927, mas o reencontro com seu guia espiritual Emmanuel, deu-se nos fins de julho de 1931 (ver interessante diálogo que se estabeleceu entre os dois, conforme relata o livro "Chico Xavier Mandato de Amor", UEM, p. 30-31).
QUEM ERA EMMANUEL
Senador romano na época do Cristo, conhecido por Publius Lentulus. De lá para cá do nosso conhecimento, surge nas figuras do escravo Nestório, do Padre Manoel de Nóbrega (fundador de São Paulo) e do Padre Damiano, reencarnado na Espanha.
O relacionamento entre os dois, "se perde na poeira dos sóis", segundo informação que o Chico nos prestava, por informação do mentor espiritual.

JESUS – KARDEC – EMMANUEL
Como é sabido, a interação Jesus-Kardec-Emmanuel é absolutamente harmônica. E desde aquele longínquo 31 de julho de 1931, Emmanuel já determinava: " - se algum dia eu conflitar com Jesus e Kardec, me abandone Chico".
Nesse clima de absoluta interação é que para comemorar centenários respectivos, da obra que compõe o "Pentateuco Luz", no dizer de Nenê Aluotto, temos:
- em 1959, surge o livro Religião dos Espíritos, em comemoração ao centenário do Livro dos Espíritos;
- em 1960, o livro Seara dos Médiuns, em comemoração ao centenário do Livro dos Médiuns;
- em 1961, o livro Justiça Divina, em comemoração ao centenário do livro Céu e Inferno;
em 1964, o livro da Esperança, em comemoração ao centenário do Evangelho Segundo o Espiritismo.
Todos esses livros de autoria de Emmanuel. O Chico recebeu além desses, de espíritos diversos, o livro O Espírito da Verdade, ainda comemorativo ao centenário do Evangelho Segundo o Espiritismo.

O Chico de nossa Memória

Quando o conheci na década de 50, sua idade era de 46 anos.
Tinha por características físicas ser gordinho, de uma gordura "roliça", sem protuberâncias destacadas. Era de baixa estatura. Dava pra perceber que suas vistas não eram normais, portavam enfermidades.
Sua risada era "gostosa", e bem audível.
Tinha por princípio ser igual para com todo mundo. Dificilmente esquecia o nome das pessoas. Por conta desse destaque um dia lhe perguntei:
- Chico, por que você não esquece os nomes das pessoas? No que ele retrucou de pronto:
- O Emmanuel me disse que onde há amor, não há esquecimento. Pensei: Podia dormir sem essa, eu que sou péssimo para guardar nomes.
Quando mudamos para Uberaba, a 31 de março de 1960, o Chico lá já estava desde janeiro de 1959. Se nossa convivência em Monte Carmelo era esporádica (só pelos Natais de 1956 a 1958) na hospitaleira capital do Zebu, aos poucos a convivência foi se aprofundando, principalmente porque fui tornando-me mais maduro, mais compenetrado.
Lembro com saudades que nos meus primeiros encontros com o Chico, às vezes eu ensaiava falar-lhe de Doutrina Espírita, de livros etc. Mas... à medida que me aproximava dele, a inibição se apossava de mim. Aí o Chico é que de propósito vulgarizava a conversa. E como sabia que eu gostava como gosto, de música, de cantar, e como estava em plena efervescência o movimento da "Jovem-Guarda", o Chico cristamente me tirava daquela constipação cultural indagando-me desembaraçadamente: - Marival, e a Wandeca? O ambiente alterava-se totalmente. O assunto agora era jovem guarda, em que a cantora Wanderléia era um dos ícones. Chico era assim.
Ninguém mais autodidata, ninguém mais culto. Vida a fora teve grandes mestres espirituais. De escolaridade formal mesmo só estudou até o primário. Por exemplo, talvez ninguém descrevesse tão bem, com tantas minudências o corpo humano como ele, mas dificilmente o fizesse se em presença de um homem de ciência. Não só esse tema como qualquer um outro, ele dominava com desembaraço, mas jamais fazia exibição de erudição. Ao contrário, repetia com freqüência que de tão pequeno trazia cisco no nome (referência às duas últimas sílabas de FranCISCO).
Enganam os que acreditam que o Chico transigia acerca de valores morais que competia a ele exemplificar, ou ter que orientar um irmão do coração. Vi alguns dos nossos com lágrimas nos olhos diante da necessária veemência do Chico.
De certa feita, ante a insistência de um confrade querendo que o Chico atendesse a uma irmã de outra cidade, naquela manhã, na agência do Banco do Comércio, onde ele tratava de confirmar se o crédito referente a vencimentos a que fazia jus como funcionário do Ministério da Agricultura, havia sido creditado em sua conta: O Chico expõe ao renitente companheiro que pra tudo tem hora, que naquele momento ele cuidava de dinheiro, não estando portanto em condições de assistir espiritualmente a irmã mencionada, mas que à noite estava à disposição dela na CEC. Assim mesmo teve que dizer ao companheiro: - Você já viu o padre abrir a igreja toda hora para celebrar missa?
Finalmente o irmão deu-se por vencido, retornando à sua casa, ele que morava ao lado daquela agência bancária. Nesse momento o Chico humildemente nos pede desculpas e dá o assunto por encerrado dizendo: (a mim e ao Toninho Vilela, funcionário do banco). "Às vezes onde eu encontro as maiores dificuldades é justamente entre os irmãos espíritas."
Passei então a meditar em torno daquele episódio e daquela observação.
Casos revestidos de muita ternura tive oportunidade de assistir, envolvendo essa figura notável:
O companheiro, na euforia que atingia a todos os presentes no Uberaba Tênis Clube, ante os festejos pelo título de cidadão uberabense, outorgado ao Chico pela edilidade previne-o:
Chico, cuidado pra você não cair! (Referia-se a resvalos Morais)
Era um cidadão alto, corpolento, contrastando com o Chico, que olha pra cima procurando o rosto do companheiro para humildemente responder:
- Oh fulano, como eu vou cair se estou dez léguas pra baixo?
O local era as confluências das ruas Arthur Machado com Leopoldino de Oliveira, o mais movimentado de Uberaba. Começamos em pequeno número, mas à medida que as pessoas iam descobrindo o Chico ali, a aglomeração aumentava.
Ele no meio da roda, assediado por perguntas e por curiosos. Bem ao meu lado pára uma pessoa, pela aparência um representante comercial. Observa, observa, como bom mineiro.
De repente sai rápido e entre decepcionado e incrédulo comenta:
- Dizem que esse homem é humilde, mas ele está num perfume só, e a humildade onde fica?
Tive ímpetos de explicar a origem daquela fragrância tão agradável, mas a tempo ponderei que naquele momento qualquer explicação seria extemporânea.
Nos últimos anos na década de 60, após participar com dois de meus irmãos nos Festivais do "Chapadão do Bugre" lá mesmo em Uberaba, o Chico passou a nos incentivar a compor música, como já o fazíamos no festival: "Quente, pra frente", "Me pega", foram os títulos que nos indicou, quando dizia: Ninguém fez músicas explorando esses temas. E completava: - Tenho muitos outros pra lhe sugerir.
Na época não atinei que talvez devesse buscar espiritualizar os temas. Fazia músicas comuns.
Com nossa mudança para Belo Horizonte, em 1970, essa "parceria musical", que eu supus encerrada, aí é que floresceu, porque passei a por melodias em letras psicografadas pelo Chico, hoje somando uma meia-dúzia delas.
De certa feita jactanciava-me pelo fato de ter tido essa convivência fraterna, boa, salutar com nosso saudoso irmão Chico, quando um companheiro, como que com o fito de podar em mim a vaidade, indagou de chofre: E o que você tem feito dessa convivência? Lembre-se: Isso não é privilégio, é responsabilidade. Efetivamente, ser contemporâneo do Chico representa imensa responsabilidade para todos nós porque ele foi e é exemplo vivo que o Divino Mestre nos enviou.
Rogamos a Jesus proteger e amparar o nosso sempre querido irmão Chico.
Esta biografia foi elaborada por Marival Veloso Matos, Presidente da União Espírita Mineira e membro da Comissão Central Organizadora do "Projeto Centenário de Chico Xavier".
QUANTIDADE DE LIVROS EDITADOS PELA FEB (até janeiro de 2010):
- Livros de Allan Kardec: 10.400.600 exemplares;
- Livros psicográficos de Francisco Cândido Xavier: 17.881.800 exemplares ("Nosso Lar" é o mais editado: 1.782.000)



Retirado do site COMPRENDER E EVOLUIR
http://compreendereevoluir.blogspot.com/2011/04/chico-xavier-uma-vida-dedicada-ao-amor.html

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